
Nos últimos noticiários recentes, temos visto barbaridades inaceitáveis por parte de qualquer ser humano que se preze e tenha sã consciência e saúde psíquica “normatizada”. Trotes universitários, alienação política, banalização da moral, valorização excessiva do consumismo, passividade diante das injustiças que mexem até mesmo com sua própria subjetividade.
Vivemos em uma sociedade com jovens tão alienados, que não lutam por seus interesses e por uma sociedade melhor; jovens tal que se quer sabem em quem votaram na ultima eleição, ou os que votaram porque o voto não era facultativo. Facultativo? Pergunto-me se muitos deles sabem o que significa essa palavra. Não é desmerecendo os jovens de hoje, com suas exceções existem os conscientes, mas eu me pergunto onde estão os Caras-Pintadas?
O que é passado deve ficar no passado, mas muito temos que aprender e valorizar com as ocorrências remotas. No percurso de formação educacional, quantos se lembram dos jovens que um dia lutaram pela história do país? Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram os nomes dos jovens estudantes paulistas mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23 de maio de 1932, que antecedeu e originou a Revolução Inconstitucionalista.
Jovens brasileiros como no golpe de 64 que lutaram pelas reformas de base de João Goulart, que os militares tiraram do poder, mas os estudantes universitários dos anos 60 queriam participar ativamente das mudanças políticas e sociais. Em 1968, jovens artistas como Edu Lobo e Chico Buarque, misturaram-se a gigantesca multidão na passeata dos Cem Mil Contra o Regime Militar.
Os caras-pintadas foram um marco em 1992. Caras-pintadas foi o nome dado aos jovens e estudantes que, em agosto de 1992, pintaram o rosto de verde e amarelo e organizaram passeatas enchendo as ruas pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
O estudante deve ter participação ativa em sua vida de adolescente e estudantil, mas tem obrigação de ser politizado. Considerando que os estudantes compõem a minoria privilegiada do Brasil que chega aos bancos universitários, são eles que devem dar o exemplo, pois cada um, no seu momento, assumirá posições de lideranças em todas as categorias.
Falta ousadia e mais coragem aos estudantes. Onde estão os movimentos estudantis e as críticas que ajudam a construir caminhos? Por que os estudantes de medicina são os que mais abusam de drogas e se tornam mais violentos? Por que ao invés de trotes violentos e humilhantes não iniciam projetos ousados em prol da saúde de milhões de brasileiros enfermos?
Por que jovens acadêmicos de Direito se envolvem em delitos e esquemas de propinas? Por que estudantes de psicologia se tornam individualistas quando então buscam uma formação em prol dos relacionamentos sociais e humanizados?
Parte de grande massa estudantil, além de despolitizada, nada lê e vive apenas de informações da internet, baladas e drogas. Espera a sociedade que estes estudantes modifiquem o comportamento e se tornem profissionais competentes.
A despolitização e ignorância política de certos segmentos estudantis levam à imposição de humilhações, como foi os recentes casos dos trotes do curso de medicina ou ainda da jovem Geisy. Tenho acompanhado de perto a decadência de uma universidade regional, a excessiva desvalorização docente, a oferta de pouca infraestrutura e nem assim vi algum movimento estudantil proclamando melhorias... continuam passivamente pagando caro por algo que não possuem...
Enquanto a corrupção cresce no país, com partidos políticos frágeis, os estudantes acompanham o ritmo. É o momento, e diga-se já atrasado, de politização dos estudantes. Estudantes despolitizados, até quando continuarão alienados?
E eu novamente me pergunto: onde estão esses jovens cara-pintadas? Jovens, eu chego a me entristecer com a juventude que temos hoje. Será que nos conformamos com tudo isso? (…)
Parabéns pelo blog Luiz, está muuuuuuuuuuuuuuuito bom!!!
ResponderExcluirConcordo 90% com você Luiz,
ResponderExcluirmas não generalize tanto assim vai...
existem alguns (EU) que não são tão alienados assim, do mesmo jeito que nem todos os políticos são corruptos (apesar da grande maioria ser) també tem uns que não são alienados (apesar da maioria ser)
Beijo,
Isa
quando puder, vai la visitar meu blog
http://jovenspolitizados.wordpress.com/
:)
Como quer exigir isso de uma geração que nem sabe como a maquina publica funciona e nem sabe o que é senado , camara etc... O que esqueceram foi que depois da CF88 retiraram as matérias OSPB e Educação Moral e Cívica levando infelizmente a alienação dos estudantes.Eu por muito anos estive incluso nessa alienação pois nasci em 81 e nunca tive uma unica explicação no colegio de como funciona a maquina publica muito menos a função de um deputado ou prefeito isso jamais foi citado em todos os locais que eu estudei.Não culpo os jovens mas sim as escolas pos 88 por não ensinar absolutamente nada de cidadania aos alunos.
ResponderExcluirAssim, Eu tenho apenas 15 anos, mas estou um pouco dentro desse assunto, e sempre procuro me informar mais.
ResponderExcluirMuita verdade o que tu fala nesse texto, vejo meus colegas, amigos, minha família, e não percebo neles interesse em política, ou pelo menos uma visão crítica.
Tenho apenas 2 amigos que tem uma visão aberta sobre o tema x), e isso deve ser meio que raro atualmente.
Enfim, Parabéns pelo Blog, gostei muito :D
Caro Luiz, faz um anos que escreveu e faz tb um ano que comecei este movimento de politização de meus alunos...
ResponderExcluirConvido vc a somar forças comigo, pois partilhamos do mesmo ideal...forte abraço e parabéns pelo Blog. Eis o link, caso queria conhecer meu trabalho:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=105331054