terça-feira, 23 de março de 2010

Código de Ética

Andei pensando esses dias sobre um assunto e gostaria de provocar uma reflexão com os leitores a respeito da atuação do psicólogo...



Por que alguns profissionais clínicos elitizados não apreciam tanto o trabalho do psicólogo social e comunitário?


Vejamos...


No Código de Ética Profissional do Psicólogo (e isso remete à todos os profissionais da classe, independente do campo de atuação), nos seus Princípios Fundamentais, é descrito o seguinte item:


"III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural."


O que dizer?!

domingo, 7 de março de 2010

Jovens Despolitizados

Lamentavelmente, uma grande maioria dos estudantes universitários de todos os cursos é despolitizada. Consequência de uma frágil cultura social nacional, regional, familiar e pessoal.
Nos últimos noticiários recentes, temos visto barbaridades inaceitáveis por parte de qualquer ser humano que se preze e tenha sã consciência e saúde psíquica “normatizada”. Trotes universitários, alienação política, banalização da moral, valorização excessiva do consumismo, passividade diante das injustiças que mexem até mesmo com sua própria subjetividade.
Vivemos em uma sociedade com jovens tão alienados, que não lutam por seus interesses e por uma sociedade melhor; jovens tal que se quer sabem em quem votaram na ultima eleição, ou os que votaram porque o voto não era facultativo. Facultativo? Pergunto-me se muitos deles sabem o que significa essa palavra. Não é desmerecendo os jovens de hoje, com suas exceções existem os conscientes, mas eu me pergunto onde estão os Caras-Pintadas?
O que é passado deve ficar no passado, mas muito temos que aprender e valorizar com as ocorrências remotas. No percurso de formação educacional, quantos se lembram dos jovens que um dia lutaram pela história do país? Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram os nomes dos jovens estudantes paulistas mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23 de maio de 1932, que antecedeu e originou a Revolução Inconstitucionalista.
Jovens brasileiros como no golpe de 64 que lutaram pelas reformas de base de João Goulart, que os militares tiraram do poder, mas os estudantes universitários dos anos 60 queriam participar ativamente das mudanças políticas e sociais. Em 1968, jovens artistas como Edu Lobo e Chico Buarque, misturaram-se a gigantesca multidão na passeata dos Cem Mil Contra o Regime Militar.
Os caras-pintadas foram um marco em 1992. Caras-pintadas foi o nome dado aos jovens e estudantes que, em agosto de 1992, pintaram o rosto de verde e amarelo e organizaram passeatas enchendo as ruas pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
O estudante deve ter participação ativa em sua vida de adolescente e estudantil, mas tem obrigação de ser politizado. Considerando que os estudantes compõem a minoria privilegiada do Brasil que chega aos bancos universitários, são eles que devem dar o exemplo, pois cada um, no seu momento, assumirá posições de lideranças em todas as categorias.
Falta ousadia e mais coragem aos estudantes. Onde estão os movimentos estudantis e as críticas que ajudam a construir caminhos? Por que os estudantes de medicina são os que mais abusam de drogas e se tornam mais violentos? Por que ao invés de trotes violentos e humilhantes não iniciam projetos ousados em prol da saúde de milhões de brasileiros enfermos?
Por que jovens acadêmicos de Direito se envolvem em delitos e esquemas de propinas? Por que estudantes de psicologia se tornam individualistas quando então buscam uma formação em prol dos relacionamentos sociais e humanizados?
Parte de grande massa estudantil, além de despolitizada, nada lê e vive apenas de informações da internet, baladas e drogas. Espera a sociedade que estes estudantes modifiquem o comportamento e se tornem profissionais competentes.
A despolitização e ignorância política de certos segmentos estudantis levam à imposição de humilhações, como foi os recentes casos dos trotes do curso de medicina ou ainda da jovem Geisy. Tenho acompanhado de perto a decadência de uma universidade regional, a excessiva desvalorização docente, a oferta de pouca infraestrutura e nem assim vi algum movimento estudantil proclamando melhorias... continuam passivamente pagando caro por algo que não possuem...
Enquanto a corrupção cresce no país, com partidos políticos frágeis, os estudantes acompanham o ritmo. É o momento, e diga-se já atrasado, de politização dos estudantes. Estudantes despolitizados, até quando continuarão alienados?
E eu novamente me pergunto: onde estão esses jovens cara-pintadas? Jovens, eu chego a me entristecer com a juventude que temos hoje. Será que nos conformamos com tudo isso? (…)